12 março 2011

Trocou 6 por 5?


Ele não terá vida fácil no Orlando Scarpelli. O sucessor de Márcio Goiano, que além de tudo é idolo da torcida, terá que fazer o possível e o impossível para agradar a exigente torcida alvinegra. Jorginho chega como aposta e com uma enorme desconfiança de todos. Será que realmentre foi acertada a troca do capitão alvinegro pelo ex-auxiliar técnico da seleção do Brasil?

Desde que eu acompanho futebol,  não lembro ter visto em nenhum lugar do mundo uma torcida (80% dela) se "revoltar" contra os dirigentes do clube pela demissão de um treinador.  É claro que os números de Márcio Goiano como comandante e a história dele no Figueirense são motivos mais que suficientes para esse tipo de manifestação. Afinal, foi ele quem pegou aquele time totalmente bagunçado, com jogadores de pouca expressão, muitos deles questionados, e transformou numa equipe forte, agressiva, de toque de bola refinado e de muita qualidade, enfim, uma máquina de fazer gols que garantiu o vice-campeonato da segunda divisão, consequentemente, garantindo uma vaga na elite do futebol nacional em 2011.

E mesmo assim mandaram o cara embora. Mas por qual motivo? Pelo fato de ter perdido a decisão do turno em casa, mesmo tendo o melhor ataque, a segunda melhor defesa? Não, evidente que não.  Não há duvida que foi apenas o estopim para uma série de divergências fora das quatro linhas.

Pra quem me conhece sabe que sempre tive algumas ressalvas com MG no comando. Tem potencial para ser um grande técnico, contudo peca em determinadas situações. Ao meu ver, ele mexia mal na equipe em algumas partidas. Sempre fazia as mesmas substituições e praticamente não modificava o   esquema tático, tornando o time previsível, além de não trabalhar nenhuma jogada ensaiada ou algo do genero. E isso me preocupava, não para o estadual, mas para a Série A, onde o bicho pega pra valer.
Até acredito que a hipótese de trocar o comando técnico do time deveria ser levada em conta, mas não por uma aposta, por um profissional que não tem conquistas significativas como treinador. Como jogador Jorginho foi brilhante. Como técnico, não ganhaou absolutamente nada. Se Goiano seguia com desconfiança, como uma incerteza, uma incógnita, uma aposta, então que ficasse com MG, já que tem a vantagem de conhecer o time, os jogadores e assim por diante. Nesse aspecto, trocaram seis por meia dúzia, ou melhor, seis por cinco.

O que me deixa um pouco apreensivo em relação a vinda de Jorginho é que ele tem um grande histórico de "confusões" em seu pequeno currículo de técnico. No América-RJ queria mudar o mascote do time ( O Mequinha tem como mascote um diabinho), na seleção, como auxiliar, a lista é grande.
A primeira impressão que tivemos de Jorginho no Figueirense não foi das melhores. O empate contra o JEC no meio da semana em Joinville desceu atravessado e as modificações feitas pelo treinador influenciaram diremanente no resultado. É claro que ele não teve culpa quando Wellington desperdiçou duas chances claras de liquidar a partida ainda na etapa inicial de jogo. Porém a opção de jogar com três volantes de marcação prejudicaram muito o desempenho da equipe no decorrer da partida. Acredito que vamos precisar, em algumas partidas da Série A, jogar um pouco mais defensivamente, mas sempre mantendo na medida do possível o estilo de jogo que nos levou aonde estamos no momento: jogando pra frente, fazendo muitos gols. Que tenha servido de lição: dessa forma, retencada, não vamos a lugar nenhum.

Resumindo: não gostei da saída de Marcio Goiano e a chegada de Jorginho. O que tem que ser feito é dar tempo ao novo treinador, deixá-lo demonstrar seu trabalho além de provar para todo mundo que os dirigentes estavam certos em trocar Goiano, vitorioso porém teimoso, por Jorginho, simplesmente, uma incógnita. Paciência é a palavra chave no momento.


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