O futebol evoluiu. Consequentemente, tudo o que gira em volta do esporte mais popular do mundo também evoluiu. O torcedor de hoje não se contenta apenas com a campanha do clube numa competição, quem entra e quem sai do time, quem é o treinador e títulos. Vai muito mais além. Quer se inteirar de tudo o que acerca o clube: finanças, patrimônio, planejamento, gestão entre outros tópicos relacionados ao futuro do seu time. Quer vê-lo crescendo mais a cada ano, sempre de forma sólida e responsável.
Não é exclusividade nossa, mas vejo os dirigentes do Figueirense tentando empurrar a antiga concepção de futebol a todo custo ao torcedor, como se fosse o suficiente e a verdade absoluta. Quaisquer questionamentos, a resposta é sempre a mesma: "temos que entender que a campanha deste ano foi boa".
E de fato foi. É inegável. Um time que disputava a segunda divisão, vivendo uma grande instabilidade financeira e administrativa, regressar a elite do futebol nacional, terminar em sétimo colocado, brigando por título e Libertadores até as rodadas finais é algo grandioso realmente.
Mas como será ano que vem? Certamente a torcida quer que se repita a dose. Um time que se destaca numa competição sempre sofre assédio de outras equipes de maior poder econômico. Uma perda ou outra será inevitável. Contudo, por quê não investir na permanência de alguns atletas? Não será mais lucrativo dobrar o salário de um jogador de bom nível ao invés de trazer dois atletas medianos com os mesmos valores, fora a questão de inchar o plantel? Os que serão negociados, quanto o clube ganhará? Esse dinheiro será aplicado onde? Quais investimentos o clube pretende fazer? Dinheiro próprio? Quem financiará? E a forma de pagamento? Por quê a venda dos direitos de Juninho aconteceu na metade do ano e só divulgada agora?
Quando feitas essas indagações, os dirigentes alvinegros falam por horas mas não dizem nada. Ficamos com aquela sensação de que não obtivemos respostas, deixam tudo no ar, subentendido. Só não entendo por quê fogem tanto pela tangente ao invés de responder com clareza e objetividade perguntas tão simples. O que tem a esconder? Não primam pela transparência? Por quê não compartilhar essas informações com quem se preocupa de verdade é a razão do clube existir?
Abordo esses assuntos não por implicância a esse ou aquele dirigente (ela vem como consequência de promessas e atitudes tomadas pelos mesmos). Cobro porque não quero que o Figueirense passe por maus momentos no futuro e não tenha que relembrar a campanha vitoriosa de 2011 com saudosismo, como se fosse algo difícil e complicado de se repetir. Tivemos um susto em 2008 e quase fomos fadados a viver do passado, quando pensávamos que tudo estava mil maravilhas. A hora de cobrar é agora, quando a situação está tranquila e favorável. Acredito que aprendemos esta lição.
Como já disse em outras oportunidades, a cobrança será a mesma, não importa quem estiver no comando.O futuro depende do que é feito no presente. Se colhe o que se semeia. Não existe mais bobo no futebol. Principalmente, o torcedor.
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